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Aclamação de Dom Pedro I Imperador do Brasil no Campo de Santa Anna no Rio de Janeiro

Aclamação de Dom Pedro I Imperador do Brasil no Campo de Santana no Rio de Janeiro, por Jean Baptiste Debret,
Aclamação de Dom Pedro I Imperador do Brasil no Campo de Santana no Rio de Janeiro, por Jean Baptiste Debret, via NYPL

O sistema liberal estabelecido em Lisboa encontrara simpatias demasiado vivas entre os brasileiros para que não lhes inspirasse a resolução de manter a qualquer preço a integridade de seu território a fim de sonegá-lo à recolonização tentada pelos portugueses. Por isso, reconhecendo no jovem príncipe regente uma tendência natural para a equidade e um devotamento sincero ao bem público, tentaram a emancipação do Brasil nomeando-o Imperador.

José Bonifácio, ajudado por seus partidários, tudo preparara e as medidas gerais assinaram para 12 de outubro de 1822 o ato da aclamação de D. Pedro, defensor perpétuo e Imperador constitucional do Brasil.

Utilizou-se, para celebrar o ato da aclamação, o Palacete, favoravelmente situado no centro do vasto Campo de Sant’Ana e que servira anteriormente de camarote para que a Corte apreciasse os fogos de artifício por ocasião das festas da coroação do Rei.

Mas, desta feita, a arte presidiu a sua construção e, às suas arcadas em ogiva, de um estilo bárbaro, substituíram-se cimbres, adaptando-se também os detalhes a uma arquitetura mais simples. A decoração interna atendia igualmente, pelos seus ornatos mais grandiosos, à dignidade do edifício.

Logo após a partida do Rei suprimira-se o jardim público que obstruía grande parte dessa bela praça, a fim de exercitar em sucessivas manobras as tropas brasileiras incumbidas de rechaçar os soldados portugueses ainda senhores das fortalezas da Bahia. E foi sob esse regime militar que se celebrou o ato de aclamação, em pleno Campo de Marte do Rio de Janeiro.

O desenho representa o momento em que, após haver D. Pedro aceito o título de Imperador, o presidente do Senado da Câmara Municipal ergue o primeiro viva, a que responde a tropa com salvas de mosquetões e de artilharia.

A primeira fila, junto ao balcão, é ocupada no centro pelo Imperador; à esquerda encontra-se o presidente do senado da Câmara (José Clemente Pereira), segurando ainda na mão o ato que acaba de ler e dando com o seu lenço o sinal de último viva; a seu lado o procurador da mesma corporação, porta-estandarte, saúda com a nova bandeira ornada com as armas do Império. A direita do Imperador, e um pouco para trás, encontra-se a Imperatriz; ao lado dela o capitão da guarda (José Maria Berco) (294), segurando nos braços, para mostrá-la ao povo, a jovem alteza imperial D. Maria da Glória.

Na segunda fila, formada pelos ministros, vemos, logo atrás do Imperador e perto da porta do centro, José Bonifácio, ministro do Interior; à sua esquerda seu irmão Martim Francisco, ministro das Finanças e à sua direita o ministro da Guerra.

As autoridades civis e militares apinham-se dentro do palácio e, de todos os lados camareiros distribuem profusamente a resposta impressa do Imperador.

Vê-se no fundo parte do povo reunido junto ao terraço do Palacete e cercado por um cordão de tropas. Através da fumaça da salva militar distingue-se bom trecho da parte superior do museu de história natural, coroado pelo morro dos Sinais fechando o horizonte.

Nota

  1. José Maria da Gama Freitas Berquó. (N. do T.).

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