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Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, por Noronha Santos

Capela mor do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro
Capela mor do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro

MOSTEIRO E IGREJA DE SÃO BENTO – A 25 de março de 1590, ao tempo do governo de Salvador Corrêa de Sá, cederam Manuel de Brito e seu filho, aos frades beneditinos, a sesmaria que lhes fora dada em 14 de setembro de 1573, compreendendo, não só o próprio outeiro, onde havia uma ermida dedicada à Nossa Senhora da Conceição, edificada por Aleixo Manuel – o velho – mas toda a terra que o cercava até o Morro da Conceição.

O edifício do convento construiu-se vagarosamente, iniciando-se as obras alguns anos depois de estabelecidos os monges no outeiro (Ramiz Galvão – O Mosteiro de Nossa Senhora do Monserrate – 1869). “Foi em 1652, sob o governo do 16.º abade – o padre mestre Dom Francisco de Madalena, quando já estava de pé o templo do Senhor, e já se achavam abrigados em digno santuário as sagradas imagens do patriarca; foi, então, diz-nos o erudito Ramiz Galvão – que os piedosos monges se lembraram de aumentar o apertado tugúrio a que se haviam recolhido em 1590, começando a construir o dormitório que corre da igreja para o mar e que faz vista para a cidade sobre a ladeira.”

A construção da igreja principiou em 1633, na abadia de Frei Miguel do Desterro, ultimando-se as obras em 1640 ou 1641. Os trabalhos de pintura, entalhamento e ornatos diversos, executaram-se como permitiam as posses do mosteiro, em 1671, 1736 e 1743, distinguindo-se nessas obras artísticas, Simão da Cunha, José da Conceição e Caetano da Costa. A Frei Ricardo do Pilar e a Frei Domingos da Silva cabem, ao primeiro a obra da capela do Sacramento e ao segundo a do arco do cruzeiro.

“Ali foi o berço da pintura a óleo no Rio de Janeiro: a escultura e a estatuária em madeira predominam na dourada e suntuosa decoração mural do templo; a ourivesaria se esmerou nos lampadários; a arquitetura, na estereotomia dos arcos e abóbadas; a carpintaria nos legou magníficos batentes, fartamente almofadados os caixotões do teto do convento; a marcenaria, várias peças do mobiliário; a epigrafia se caracterizou nas lápides tumulares do claustro e nos trabalhos com a nossa pedra feitos na fachada e, mesmo no exterior, aparecem obras esculpidas, algumas com as formas animais.” (Das artes plásticas no Brasil: Revista do Instituto Histórico – tomo 78 – Araújo Viana).

Fonte

  • Anotação de Noronha Santos na introdução do livro Memórias para Servir à História do Reino do Brasil

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