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Rua dos Ourives, por Restier Gonçalves

RIBEIRO, Arthur Duarte. Planta informativa do centro da cidade do Rio de Janeiro: especialmente organisada para o Guia Briguiet. Rio de Janeiro, RJ. Acervo digital da Biblioteca Nacional.
RIBEIRO, Arthur Duarte. Planta informativa do centro da cidade do Rio de Janeiro: especialmente organisada para o Guia Briguiet. Rio de Janeiro, RJ. Acervo digital da Biblioteca Nacional.

No período colonial o contrabando do ouro extraído das minas geraes, era praticado em grande escala, não obstante as medidas repressivas do governo da metrópole.

Foi descoberto, em 1730, que o indivíduo Antônio Pereira de Souza vinha falsificando as barras de ouro da Casa da Moeda, em Minas Gerais. No escandaloso processo sobre o caso, apareceu gente graúda cúmplice na maroteira.

Nessa ocasião, por se ter apurado a culpabilidade dos mestres e oficiais de ourives-fundidores, foi proibida a permanência dos mesmos nos lugares das minas, e confiscado todo ouro e prata em poder desses artistas.

As grandes falsificações da moeda-ouro, no período de 1742 a 1753, motivaram novas e severas penalidades contra os ourives.

A ordem ou bando de 10 de Abril de 1753, não só determinou que, de 6 em 6 meses, seriam obrigados a comparecer à Intendência Geral do Ouro, como marcou no local onde deveriam residir e estabelecer as suas lojas ou oficinas.

Ficou designada a rua ou travessa que ia de Santa Rita ao Parto, desde então conhecida pelo nome de passagem, ou Rua dos Ourives[1].

A Ordem Régia de 30 de Julho de 1766 mandou fechar, no Rio de janeiro, todas as ourivesarias, destruir as forjas e sequestrar todos os utensílios desta arte, prescrevendo também: Que fossem presos e distribuídos pelos batalhões da Capitania, os aprendizes e oficiais solteiros e pardos forros, sendo os escravos entregues aos senhores. Os mestres assinassem um termo de juramento, para não usarem mais de sua arte ou oficio.

Aqueles que desejassem se instalar em Portugal, se lhes dessem os meios de transporte com as competentes guias; e os que ficassem nesta Cidade, tidos como pessoas de bem, fossem empregados na Casa da Moeda.

Foram estas as disposições da referida Ordem Régia, revogada pelo alvará de 11 de agosto de 1815, que não cogitou, todavia, de regulamentar o exercício da profissão de ourives.

Em junho de 1819, os “Juízes e Oficiais dos Ourives do Ouro e da Prata” rogaram do Príncipe Regente a mercê de um Regimento.

Em 9 de Março de 1821, a “Corporação dos Ourives e Relojoeiros”, submeteu à aprovação do governo um Regimento, por ela confeccionado.

Dispunha o art. I que “na tarde do dia primeiro de Dezembro, em que a Igreja venera ao glorioso Eloy, protetor deste oficio, todos os mestres dele se ajuntarão na Igreja, aonde se achar ereta a Irmandade do dito Santo, os Juízes, Escrivão e Procurador Geral, e os Eleitores atuais, procederão a escolha dos novos Eleitos”.

Nota do Editor

  1. Com a abertura da Avenida Rio Branco, que a cortou, a Rua dos Ourives ficou dividida em duas partes: Rua Rodrigo Silva (trecho entre a Rua São José e a Avenida Rio Branco, esquina com 7 de Setembro) e Rua dos Ourives (trecho entre a Avenida Rio Branco e o Largo de Santa Rita). Depois a Rua dos Ourives mudou de nome e passou a se chamar Rua Miguel Couto.

Fonte

  • Gonçalves, Aureliano Restier. Extratos de Manuscritos sobre Aforamentos 1925, 1926-1929. Publicação original da Prefeitura do Distrito Federal. Rio de Janeiro: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. (Coleção Memória do Rio, vol.2).

Imagem destacada

  • RIBEIRO, Arthur Duarte. Planta informativa do centro da cidade do Rio de Janeiro: especialmente organisada para o Guia Briguiet. Rio de Janeiro, RJ: A. P. Barthel, 1932. 1 mapa, col, 99 x 80. Escala gráfica de 500 m (=10cm.). ((W43°10' / S22°55')). Acervo digital da Biblioteca Nacional.

Mapa - Antiga Rua dos Ourives, atuais Rodrigo Silva e Miguel Couto