Rua dos Latoeiros, por Noronha Santos
![GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. Acervo digital da Biblioteca Nacional. GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. Acervo digital da Biblioteca Nacional.](/img/bn/bn_Guia-e-Plano-da-cidade-do-Rio-de-Janeiro-1858-Mc-Kinney_cart174224-Rua-dos-Latoeiros.jpg)
RUA DOS LATOEIROS – Esta denominação é encontrada em vários documentos de licenças comerciais desde o quinto decênio do século décimo oitavo, com a declaração de residirem nessa via pública os oficiais de latoeiros e fundidores de metais. Melo Morais, pai, confirma, na Corografia Histórica[1], o que se lê em papéis do Arquivo da cidade: “Depois que se mudaram para a rua as diferentes oficinas de latoeiros e fundidores, passou a ser chamada dos Latoeiros, saindo daqueles estabelecimentos todas as obras de latão, cobre, etc.” Informa-nos, porém, o historiador do Brasil Reino e Brasil Império, que antes desse nome, fora conhecida por Carioca. Nenhum registo dessa espécie conhecemos que nos autorize a achar razoável o depoimento do ilustrado pesquisador. De uns autos do juiz e escrivães de latoeiros de 1782 e 83 (Arquivo Municipal) constam depoimentos de latoeiros, moradores na rua deles, sem figurar jamais o nome Carioca.
Teve a nominação da Rua Gonçalves Dias por ato da Câmara Municipal de 9 de fevereiro de 1865, em memória do genial poeta Antônio Gonçalves Dias, falecido a 3 de novembro de 1864. Na antiga nomenclatura dos logradouros públicos da cidade, encontram-se denominações que, como a dos Latoeiros, localizavam, por assim dizer, os mercadores e os diversos oficiais mecânicos. Adelos, Barbeiros, Ferradores, Madeireiros e Ourives exemplificam essas localizações.
O engenheiro Paula Freitas, dentre as medidas necessárias para desafogar o tráfego de veículos, lembrava em 1884 o seu prolongamento até à Prainha. Não se executou o projeto do provecto profissional, mas, em 1908, pelo decreto n. 690, de 7 de março, autorizou-se o seu prolongamento, da Rua do Rosário até a do Hospício (Buenos Aires).
Como curiosidade arquitetônica, devemos assinalar que ainda em 1904 existia na Rua Gonçalves Dias o mais alteroso prédio da cidade que ascendia a cinco andares.
Nota do Editor
- ↑ Alexandre José de Melo Morais (1816-1882) – Corografia histórica, cronográfica, genealógica, nobiliária e política do Império do Brasil, (1858-1863), Rio de Janeiro, Tipografia Brasileira. Cinco volumes: o tomo I, em 1858; os tomos II e III, em 1859; o tomo IV, em 1862 e o que chamou de segunda parte do tomo I, em 1863 (IHGB).
Fonte
- Anotação de Noronha Santos na introdução do livro Memórias para Servir à História do Reino do Brasil
Imagem destacada
- GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. 1 planta ; 30,2 x 40,7 em f. 35,5 x 47cm. Acervo digital da Biblioteca Nacional.
Mapa - Rua dos Latoeiros, Rua Gonçalves Dias