Rua do Rezende, por Noronha Santos
![GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. Acervo digital da Biblioteca Nacional. GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. Acervo digital da Biblioteca Nacional.](/img/bn/bn_Guia-e-Plano-da-cidade-do-Rio-de-Janeiro-1858-Mc-Kinney_cart174224-Rua-do-Rezende.jpg)
RUA DO REZENDE – Segundo o plano mandado organizar pelo vice-rei D. José Luiz de Castro, Conde de Resende (transcrito entre as páginas 168 e 169 da Crônica Geral e Minuciosa do Império do Brasil, de Melo Morais, pai), abriu-se em 1796, junto ao pantanal de Pedro Dias Pais Leme, uma rua que durante algum tempo se chamou dos Arcos, por ser seguimento desta. Rua do Rezende é a denominação adotada desde 1798.
O livro de logradouros públicos relativos ao período de 1772 a 1807, trata da abertura da via pública incluída no plano do 2.º Conde de Rezende (Fls. 77, 84 e 99). Não passava a princípio de uma servidão pública que, da Rua do Lavradio, ia ter à estrada de Matacavalos, interceptada em trechos por inúmeras valas. Hortas e roças de arroz ocupavam terrenos alagadiços, entre os quais o de Jerônima de Assunção, viúva de José de Arrazales, que cedeu a casa de sua propriedade, necessária à abertura da rua e o terreno de Manuel José Ferreira de Araújo, que teve desapropriado o seu arrozal que, diz-nos Restier Gonçalves (Índices e Extratos do Arquivo Municipal – fasc. 11 – pág. 79), fora avaliado por 20$ em 1798.
Ainda em 1808 a Rua do Rezende não atingira a estrada de Matacavalos, terminando nos fundos de uma grande chácara desse logradouro. Com os melhoramentos realizados em 1801 e 1802, inclusive aterros feitos por Francisco Xavier de Matos Pimentel, foi possível iniciar-se regularmente a edificação, registrando o primeiro lançamento para a cobrança da décima urbana em 1808, na extensão de 110 braças, apenas dezessete imóveis, sendo um dos logradouros da cidade de menor número de prédios.
Até metade do século XIX, quando já aumentada a edificação, não haviam sido liquidadas as demandas suscitadas por motivo de desapropriações de prédios e terrenos, feitas nos fins do século XVIII e princípios do décimo nono século.
Foi um dos logradouros da cidade preferidos para moradia de famílias abastadas até 1890, mais ou menos.
Na Memória sobre o Saneamento da cidade, do engenheiro Antônio de Paula Freitas, apresentada em 4 de fevereiro de 1884 ao conselheiro Francisco Antunes Maciel, ministro do Império, figurava essa rua no número das que precisavam de urgentes trabalhos de drenagem.
Fonte
- Anotação de Noronha Santos na introdução do livro Memórias para Servir à História do Reino do Brasil
Imagem destacada
- GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. 1 planta ; 30,2 x 40,7 em f. 35,5 x 47cm. Acervo digital da Biblioteca Nacional.
Mapa - Rua do Rezende