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Rua do Aljube, por Noronha Santos

Vista da prisão (Aljube) na Rua Joaquim no Rio de Janeiro – 1817 – Thomas Ender – Akademie der Bildenden Künste Wien.
Vista da prisão (Aljube) na Rua Joaquim no Rio de Janeiro – 1817 – Thomas Ender – Akademie der Bildenden Künste Wien.

RUA DO ALJUBE – Teve este nome o trecho da velha Rua da Prainha, entre as dos Ourives e Valongo. Interessado o bispo D. Frei Antônio de Guadalupe na fundação de uma cadeia especial para os eclesiásticos delinquentes, que eram até então encarcerados em comum com outros criminosos, resolveu edificar em terreno comprado a Inácio Dias, casa correcional exclusivamente destinada àqueles clérigos. Solicitou a 25 de fevereiro de 1732 consentimento da metrópole e confirmação real dessa graça. Recebidos os primeiros religiosos na nova prisão, situada em lugar ermo, passou o povo a denominá-la de Aljube, como a recordar os cárceres portugueses desse nome. O nome transmitiu-se àquele trecho do logradouro e a partir de 1750 foram executados melhoramentos, inclusive aterro de valas e charcos que dificultavam o trânsito.

Em princípios do século XIX retificou-se o alinhamento entre a Ladeira da Conceição e a Rua do Valongo.

Em 1855 perdeu a denominação Aljube – para crismar-se em toda a sua extensão – Rua da Prainha.

Nos trabalhos de demolição dos prédios da Rua da Prainha, os engenheiros da comissão construtora da Avenida Central, descobriram corredores e quartinhos, que mais pareciam sepulturas do que dependências de habitações, mostrando-nos o que eram as construções do Rio de Janeiro colonial.

Dentro da cidade moderna, o que ainda resta da velha artéria urbana – da Rua Acre à Rua Camerino, passa quase despercebida a todos que palmilham os belos logradouros vizinhos.

Fonte

  • Anotação de Noronha Santos na introdução do livro Memórias para Servir à História do Reino do Brasil

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Mapa - Rua do Aljube - Rua Acre