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Prolongamento do Caminho Novo em Direção a Mataporcos, Noronha Santos

GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. 1 planta ; 30,2 x 40,7 em f. 35,5 x 47cm. Acervo digital da Biblioteca Nacional.
GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. 1 planta ; 30,2 x 40,7 em f. 35,5 x 47cm. Acervo digital da Biblioteca Nacional.

PROLONGAMENTO DO CAMINHO NOVO EM DIREÇÃO A MATAPORCOS – Seguimento da Rua Nova do Conde da Cunha, através de terrenos confrontantes com os de Paulo de Carvalho Silva e Pedro Dias Pais Leme, não ultrapassava, em 1766, da Lagoa da Sentinela, quando o Senado da Câmara deu-lhe a denominação – Conde da Cunha, em homenagem ao primeiro vice-rei (1763-67), que fora o iniciador do grande melhoramento (Vide anotação CVII).

Em 20 de junho de 1794, inaugurou-se o trecho da Lagoa da Sentinela até o Barro Vermelho, em linhas sinuosas que se estendiam numa parte pelas encostas dos morros de Santa Tereza (no ponto mais tarde chamado Paula Matos) e do Barro Vermelho.

Em 1814, regularizou-se a comunicação do caminho com Mataporcos[1] e daí a Catumbi e ao Engenho Velho[2]. Além dos nomes de Caminho Novo, Caminho Novo do Conde da Cunha, Quebra Canelas, chamou-se Rua Nova do Conde – denominação que persistiu até 1808. O trecho em direção ao Engenho Velho chamavam de estrada para Mataporcos. O lançamento realizado nesse ano para a cobrança da décima urbana discriminou o antigo caminho com a nominação de Rua do Conde. Possuía, então, até a lagoa da Sentinela, nas imediações da “casa dos bicos”, 33 prédios, maioria dos quais do lado esquerdo, a partir do Campo de Sant’Ana.

Em 1828, a Rua Nova do Conde da Cunha era o mais extenso logradouro da cidade, tendo, na extensão de 870 braças, 313 prédios (Walsh – Notices of Brazil in 1828 and 1829).

Em 1832 foram retalhados alguns terrenos de chácaras com fundos para o mangue, para abertura de ruas da Cidade Nova. Desapropriaram-se em 1858 prédios de Francisco José Pacheco, pela quantia de 3:600$ para o alargamento da rua, no trecho mais estreito, entre o Chafariz do Lagarto e o Campo de Sant’Ana.

Data de 13 de novembro de 1834 a compra da chácara de Manuel dos Passos Correa, por 80 contos, para a construção da Casa de Correição.

A 20 de fevereiro de 1866, por deliberação da Câmara Municipal denominou-se Rua Conde d’Eu, em homenagem ao príncipe D. Luiz Felipe Maria Fernando Gastão de Orleans, que se casara a 15 de outubro de 1864 com a princesa Isabel, filha do imperador D. Pedro II.

Rebaixado o leito do logradouro em 1873, por iniciativa do vereador Manuel Tomás Coelho. Em 1890, 1895 e 1899 recebeu outros melhoramentos, inclusive melhoria na pavimentação a paralelepípedos.

A primeira Intendência Municipal, após a proclamação da República, resolveu denominar a 21 de fevereiro de 1890, de Frei Caneca à antiga Rua Conde d’Eu – em memória de frei Joaquim do Amor Divino Caneca (nascido em 1779 em Pernambuco), fuzilado na cidade do Recife, a 13 de janeiro de 1825, em consequência dos acontecimentos da Confederação do Equador. (1824).

O trecho entre a atual Praça da República e a Rua Formosa[3], foi alargado desde 1903, na administração Passos (1902-1906), efetivando-se, dessa forma, antigo projeto da comissão de melhoramentos da cidade, da qual foram membros os engenheiros Passos, Morais Jardim e Marcelino Silva. A Avenida Salvador de Sá foi também traçada nesse projeto em direção ao Estácio de Sá e deste ponto até o Portão Vermelho[4], no Engenho Velho.

Notas do Editor

  1. Rua Estácio de Sá.
  2. A Rua do Engenho Velho é a atual Rua Hadock Lobo.
  3. Rua General Caldwell (Revista Guia Rex, 1969).
  4. Rua Pinto de Figueiredo: Originariamente, seu nome era Rua do Portão Vermelho, porque ficava em frente a uma chácara homônima. Em 1874, no entanto, uma homenagem a um professor do Colégio Militar alterou sua nomenclatura. Fonte: MultiRio – Mudança de nomes por toda a cidade

Fonte

  • Anotação de Noronha Santos na introdução do livro Memórias para Servir à História do Reino do Brasil

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  • GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. 1 planta ; 30,2 x 40,7 em f. 35,5 x 47cm. Acervo digital da Biblioteca Nacional.

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