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Estrada do Catete, por Noronha Santos

Largo do Catete, por Alfred Martinet. Acervo digital da Biblioteca Nacional.
Largo do Catete, por Alfred Martinet. Acervo digital da Biblioteca Nacional.

ESTRADA DO CATETE – Na toponímia Catete discriminaremos: Caá-t-ete – segundo Martius, de tatetú ou taytetu – dente aguçado, pontiagudo, – donde se originou Catitetú e Cateto ou Catête – como quer Teodoro Sampaio (O Tupi na Geografia Nacional); CaátêteKaá – mato – tête – duro, forte, mato denso, segundo Barbosa Rodrigues Junior. Em Assuntos Brasileiros – fontes de estudos sobre a influência do tupi no falar brasileiro, o erudito Dr. Artur Neiva, acredita que o vocábulo Catete não seja tupi, mas africano (Jornal do Comércio, de 16 de outubro de 1938).

No povoamento da região, tiveram os primeiros foreiros importantíssimo papel, a começar por Diogo Fernandes, tambor, até Amaro Simões, senhor de um pedaço de terras no Catete, no lugar do mato cerrado, junto ao ribeiro que ia às proximidades do outeiro, rumo direito e a chegar ao paço do Salema.

A 5 de dezembro de 1667, em terras que em época remota haviam pertencido a João Sanchez, procedeu-se à medição da sesmaria concedida em 1642 por Salvador Corrêa de Sá e Benevides a Heitor Fernandes Carneiro. A 19 de julho de 1762 essas terras foram arrematadas em praça e estavam incluídas no espólio de João Cruz, como se vê dos Índices e Extratos de Aforamentos, de Restier Gonçalves. Ao findar o século XVII já era bem crescido o número de edificações da Carioca ao Catete e outra era a expansão do trabalho nessa zona da cidade. (Primitivos Moradores da Carioca ao Catete – do autor destas anotações: A Cidade – 1 de agosto de 1917). Em 1769, existiam nove casas no caminho do Catete – quatro do lado direito e cinco do esquerdo, ficando nas proximidades da atual Rua Santo Amaro uma casa em ponto mais elevado e que, diz-nos Melo Morais, pai, estava compreendida na área da sesmaria de Clemente Ferreira, de 1568. Grande extensão do caminho se estendia por um brejal, abrangendo a ponte do Catete, precisamente no prolongamento do logradouro que se abriu em 1798 com o nome de Caminho da Ponte do Catete até a Praia de Botafogo. Desde os primeiros anos do segundo decênio do século XIX começaram a ser retalhadas as terras confinantes com a estrada do Catete, subdividindo-se em extensas chácaras pertencentes a Manuel Álvares da Fonseca Costa, Guilherme Young, José Antônio Gonçalves, Matias da Silva Pinto, Duquesa de Cadaval, Marquês de Jundiaí, Salvador Corrêa Alves Quintanilha, Manuel Moreira Lírio, José Venâncio Lisboa, Valentim da Costa Campos, Fernando Carneiro Leão, Bento Luiz de Oliveira Braga, Cláudio José Pereira da Costa e outros.

Foi alargada no trecho entre a Rua Pedro Américo e Marquês de Abrantes, em 1880 por deliberação da Câmara Municipal e aprovação do ministro do Império, Barão Homem de Melo. Em 1905, o decreto municipal n. 522, de 28 de abril, mandou completar esse alargamento no mesmo trecho e junto à Praça da Glória, desapropriando os prédios necessários.

Fonte

  • Anotação de Noronha Santos na introdução do livro Memórias para Servir à História do Reino do Brasil

Imagem destacada

  • MARTINET, Alfred. Largo do Catete. [S.l.: s.n.], [18–]. grav, litografia, pb, 30,7 x 42,5. Acervo digital da Biblioteca Nacional.

Mapa - Estrada do Catete, Rua do Catete