Beco do Bragança, por Noronha Santos
![GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. 1 planta ; 30,2 x 40,7 em f. 35,5 x 47cm. Acervo digital da Biblioteca Nacional. GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. 1 planta ; 30,2 x 40,7 em f. 35,5 x 47cm. Acervo digital da Biblioteca Nacional.](/img/bn/bn_Guia-e-Plano-da-cidade-do-Rio-de-Janeiro-1858-Mc-Kinney_cart174224-Beco-de-Bragan%c3%a7a.jpg)
BECO DO BRAGANÇA – Em terras dos frades de São Bento, abriram-se em 1615, na abadia de frei Bernardino de Oliveira, segundo o Dietário, o beco e a rua do açougue daqueles religiosos, que posteriormente se chamaram da Junta e de Bragança. Este último nome vulgarizou-se a partir de 1767 – quando chegaram ao Rio de Janeiro, procedentes de Portugal, três regimentos de tropa de linha, – o de Moura, o de Chichorro e o de Bragança, aquartelando o primeiro no local a que se chamou de Largo do Moura, o segundo e o terceiro nos quartéis da Junta do Comércio, construídos nos chãos das marinhas de São Bento, que em 1715 haviam sido arrematadas por oficiais da Câmara (Correição do Ouvidor Fernando Pereira de Vasconcelos).
Viriato Corrêa, na assídua colaboração que manteve no Jornal do Brasil, com o título “Gaveta de Sapateiro”, publicou curiosa crônica sobre os quartéis de Bragança, aludindo ao depoimento de uma das testemunhas do processo da Inconfidência Mineira.

Em 1833, o Beco do Bragança, sem iluminação e mal habitado, era famoso coito de vagabundos e seguro asilo de malfeitores de toda a espécie, além de esconderijo de escravos fugidos. É o que nos dizem antigos alfarrábios guardados no Arquivo da Cidade.
A antiga Rua de Bragança teve a denominação – Conselheiro Saraiva, por ato da Câmara Municipal, de 28 de janeiro de 1880, em homenagem ao conselheiro José Antônio Saraiva, antigo político e Ministro de Estado, que faleceu a 25 de julho de 1895. Em 1878, Francisco de Figueiredo (ulteriormente Visconde de Figueiredo), de acordo com o contrato que firmara com o governo imperial a 2 de julho do ano anterior, solicitou permissão para demolir os prédios ns. 10 a 26 – denominados aquartelamentos de Bragança e abrir no espaço deixado pelas demolições, uma rua que fosse ter ao morro de São Bento. A 28 de janeiro de 1890 concedeu-se pelo decreto n. 532, autorização a João Alfredo da Cunha Vieira para proceder ao alargamento dessa rua. Esta concessão foi no ano seguinte transferida à Companhia São Lázaro.
Em 1903, organizou a Prefeitura do Distrito Federal um projeto definitivo de alargamento, aprovado pelo decreto n. 481, de 20 de abril de 1904.
Fonte
- Anotação de Noronha Santos na introdução do livro Memórias para Servir à História do Reino do Brasil
Imagem destacada
- GUIA e plano da cidade do Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.], 1858. 1 planta ; 30,2 x 40,7 em f. 35,5 x 47cm. Acervo digital da Biblioteca Nacional.
Mapa - Beco do Bragança (Começa na Rua Primeiro de Março e finda na Rua da Quitanda)