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Mangue de São Diogo, por Noronha Santos

MICHELLERIE, E. de La. Planta do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ: Lithoga. de Steinmann, 1831. Acervo digital da Biblioteca Nacional.
MICHELLERIE, E. de La. Planta do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ: Lithoga. de Steinmann, 1831. Acervo digital da Biblioteca Nacional.

MANGUE DE SÃO DIOGO – No governo do príncipe regente D. João iniciaram-se com maior solicitude os aterros no mangue, abrangendo um caminho em direção à Rua Conde, da Cidade Nova à Praia Formosa[1] e o Saco do Alferes. Aterrou-se a estrada do Aterrado, dissecando-se parte do pântano que se tornara extenso foco de infecção, de mosquitos e exalações desagradáveis. Construiu-se uma ponte para facilitar a passagem do príncipe, de sua real família e para os fidalgos. Quanto ao povo que continuasse a cheirar o lodo do mangue, a adoecer e a morrer…

A portaria do ministro João Severiano Maciel da Costa, de 10 de janeiro de 1824, dispôs sobre as edificações contíguas às estradas de Mataporcos e do Aterrado, ampliando o alvará régio que isentara do pagamento da décima urbana, por 10 anos, os prédios de um sobrado e por 20 anos os de mais de dois sobrados.

Intensificou-se em 1838 o aterro, com o auxílio de trinta e seis presos da Cadeia do Aljube. Construiu-se antes desse ano uma ponte para despejos. Novos aterros se fizeram de 1840 a 1857, tendo, neste último ano, a Câmara Municipal mandado organizar um plano de arruamento e levantar a planta do mangue da Cidade Nova, que foi traçada pelo engenheiro Manuel da Cunha Galvão. Da atual Rua Visconde de Itaúna [2] até as ruas que vão ter a de Frei Caneca, compreendendo a área que se chamou – Campo de Marte, procedeu em 1876 o Barão de Pirassinunga, por interesse próprio, o aterro de terrenos pantanosos, sem auferir nenhuma vantagem pecuniária dos cofres públicos.

Com os aterros feitos pela Empresa de Melhoramentos do Brasil, cessionária da concessão de Possidônio de Carvalho Moreira, engenheiro Luiz Rafael Vieira Souto e outros (concessão de 24 de maio de 1879), aproveitando as terras do Morro do Senado, saneou-se extensa zona da cidade, que constituía verdadeiro laboratório de infecções.

Notas do editor

  1. Atual Rua Pedro Alves em Santo Cristo. Fonte: Cruls, Gastão. Aparência do Rio de Janeiro: Notícia histórica e descritiva da cidade. Edição do IV Centenário. Rio de Janeiro:Livraria José Olympio Editora, 1965.
  2. Incorporada à Av. Presidente Vargas.

Fonte

  • Anotação de Noronha Santos na introdução do livro Memórias para Servir à História do Reino do Brasil

Imagem destacada

  • MICHELLERIE, E. de La. Planta do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ: Lithoga. de Steinmann, 1831. 1 planta, litografia, aquarelada, col, 35,8 x 47. Acervo digital da Biblioteca Nacional.

Mapa - Delimitação do bairro Cidade Nova

Fonte: Instituto Pereira Passos - DATA.RIO - Limites de Bairros