Fonte da Carioca, por Noronha Santos

FONTE DA CARIOCA – A primitiva fonte da Carioca ficou concluída em 1723, segundo a inscrição que se gravou. Demolida em fins de 1829, possuía bicas com carrancas de bronze. Descreve-a J. A. Cordeiro, em 1846, com uma estampa, na revista Ostensor Brasileiro e recentemente Magalhães Corrêa, em seu interessante livro Terra Carioca - Fontes e Chafarizes.
Em lugar dessa fonte levantou-se um chafariz de madeira, com 36 bicas, como se lê no Almanaque, de Sebastião Fábregas Surigué.
O segundo chafariz foi projetado em 1829, iniciando-se as obras em princípios de março de 1832, na Praça da Carioca, em frente à Ladeira de Santo Antônio. Embora começasse a servir ao público desde 3 de abril de 1834, só foi totalmente concluído em 1842, por lhe faltarem os adornos de bronze constantes do projeto organizado por Augusto Vitor Grandjean de Montigny.
A respeito do notável arquiteto, em ótimo estudo de investigação histórica, recentemente publicado, com o título Grandjean de Montigny e a evolução da arte brasileira, trata o professor Morales de Los Rios Filho, da obra do relembrado artista da missão francesa de 1816.
Tinha aquele chafariz a forma de uma casa de pedra lavrada com três portas entre duas pilastras de feitio particular e apoiadas sobre extensa escadaria de quatro degraus muito estreitos. Na base, abriam-se trinta e cinco bicas de metal, que despejavam água em estreito e comprido tanque. Coroava a construção altaneira platibanda em forma de trono.
Para regularização e aformoseamento do Largo da Carioca resolveu a Prefeitura demolir a histórico chafariz. Iniciou-se a 11 de setembro de 1925 administração do prefeito Dr. Alaor Prata Soares a demolição, prolongando-se os trabalhos de arrasamento até fins de abril de 1926.
Fonte
- Anotação de Noronha Santos na introdução do livro Memórias para Servir à História do Reino do Brasil
Mapa – Largo da Carioca