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Igreja de Nossa Senhora das Dores do Calvário em Ouro Preto, por Eponina Ruas

Igreja de Nossa Senhora das Dores do Calvário em Ouro Preto
Igreja de Nossa Senhora das Dores do Calvário em Ouro Preto

(Freguesia do Antônio Dias – Ouro Preto)

A Capela das Dores Velha era situada na Rua do Gibú ou Jogo da Bola, hoje Dr. Carlos Thomaz.

No confisco dos bens do Dr. Cláudio Manoel da Costa, fez-se uma alusão “que a sua casa de moradia dava fundos para a Capela das Dores Velha”.

No entanto, nada mais se sabe, e o certo é que a atual Capela das Dores data de 1775 com a prerrogativa de Ordem Terceira de Nossa Senhora das Dores.

Capela de pedra em dois corpos, lembrando as de influência portuguesa do Minho, com o corpo principal abrangendo Capela-mor. Sacristia e Consistório na parte posterior.

Acha-se bem situada, em amplo campo de visão magnífica, descortinando-se, por excelência, a parte central do Antônio Dias e arredores.

Sob a invocação de Nossa Senhora das Dores, que é sua padroeira, sua Ordem no entanto festeja, desde os primeiros tempos, o Espírito Santo.

Eram as Encamisadas ou Festas do Divino em que todo o arraial do Antônio Dias tomava parte proeminente.

Desde a Ponte do Antônio Dias até ao adro das Dores a decoração era profusa, e por oito dias seguidos era festejado o Divino, constando os festejos de parte religiosa e parte popular, esta com farta distribuição de Bois do Divino à pobreza. Havia danças, fogos, jogos, fogueira e cavalhadas. Eram as Encamisadas.

Externamente, é Capela de simples feitura, sem nada digno de realce, o velho Cemitério da Ordem ao lado.

Internamente, é toda em arcadas e tribunas balconadas.

No altar-mor belíssima Imagem da Virgem das Dores e logo abaixo d’Ela uma rica custódia, em madeira, trabalhada, representando o Espírito Santo. Assinalam-se uma banqueta com seis castiçais de talha dourada, um quadro oval, distintivo dos servitas de Nossa Senhora das Dores, e duas belas credências antigas, estilo Dom João V.

Nos nichos laterais as imagens de São Felipe e Santa Juliana.

O Sacrário é um nicho interno, decoração antiga. Balcão simples e no frontal uma imagem do Senhor Morto em tamanho natural.

Consistório – É grandioso com duas colunas jônicas, nele se vendo um altar com a bela imagem de Nossa Senhora das Dores; um oratório com lindíssima imagem de Nossa Senhora do Rosário com 1,20 de altura; e uma imagem de Nossa Senhora da Piedade que se afirma ter pertencido à avó de Marília de Dirceu (D. Francisca de Seixas da Fonseca, viúva do Tenente Bernardo da Silva Ferrão) (M. de Paiva).

É capela de facílimo acesso, em soberba elevação, a cavaleiro do arraial do Antônio Dias.

Fonte

  • Ruas, Eponina. Ouro Preto: Sua História, Seus Templos e Monumentos. 3ª ed. Minas Gerais, 1964. 249 p.

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