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Soneto VIII
A S. João Evangelista.
Na derradeira Cêa do Senhor, João, ceando todos, só dormia Sobo-lo peito, donde elle sabia Que não sabia cousa outra melhor. Naquelle somno achou outro sabor Mais suave que quanto se comia, Que em fim he differente iguaria O repouso de seu divino amor. A dormir se lançou no fogo puro, Ardendo repousou no meio delle, Como quem tudo o mais tinha seguro. João Evangelista foi aquelle, A quem disse o Senhor do Lenho duro A’ Virgem: — que seu filho era aquelle!
Fonte
- Cruz, Frei Agostinho da. Obras de Frei Agostinho da Cruz: Conforme a edição impressa de 1771 e os códices manuscritos das bibliotecas de Coimbra, Porto e Évora. Com prefácio e notas de Mendes dos Remédios. Coimbra: França Amado, 1918. 466 p. Subsídios para o estudo da História da Literatura Portuguesa XXI.