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Soneto VI

A S. João Baptista.

Daquelle, que não tinha inda pisado 
A terra com seus pés, quando saltava 
Nas entranhas da mãi, donde alcançava 
O Senhor nas da VIrgem encarcerado; 

Daquelle de quem Deos foi baptizado, 
Daquelle que era voz do que clamava, 
Daquelle São João, que tanto amava 
A Deos, e que de Deos foi tanto amado, 

As graças infinitas, os favores, 
As forças que lhe deu divino amor, 
As novas liberdades, os podêres, 

Mal as podem dizer os peccadores; 
Basta, que delle só diz o Senhor: 
«Que não nasceu maior d’antre as mulheres.»

Fonte

  • Cruz, Frei Agostinho da. Obras de Frei Agostinho da Cruz: Conforme a edição impressa de 1771 e os códices manuscritos das bibliotecas de Coimbra, Porto e Évora. Com prefácio e notas de Mendes dos Remédios. Coimbra: França Amado, 1918. 466 p. Subsídios para o estudo da História da Literatura Portuguesa XXI.