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Soneto III
A’ Lei de Deos.
Que cousa mais suave, doce, e branda, Que nos liberte mais, que mais releve, Que guardar huma Lei na vida breve, D’hum Deos, que por amor amar nos manda? Qual he o coração que não se abranda, Duro que pedra mais, frio que neve? Suave o jugo seu, a carga leve; Pois ella pende toda á sua banda? Inda que alma ditosa não lograra, O que na guarda della está tão certo, Com isso só ficava satisfeito: Quanto mais com tão cedo ver tão clara Aquella luz divina de tão perto, Por quem he nada tudo o que se engeita!
Fonte
- Cruz, Frei Agostinho da. Obras de Frei Agostinho da Cruz: Conforme a edição impressa de 1771 e os códices manuscritos das bibliotecas de Coimbra, Porto e Évora. Com prefácio e notas de Mendes dos Remédios. Coimbra: França Amado, 1918. 466 p. Subsídios para o estudo da História da Literatura Portuguesa XXI.