Dona Amélia de Leuchtenberg, por Gazeta de Lisboa

A viagem de Dom Pedro à França vai pôr em grande apuro os partidários da ordem legal.
A Imperatriz do Brasil, que acompanha seu esposo, é filha do Príncipe Eugênio de Beauharnais, e neta adotiva de Napoleão. Pela lei de 12 de Janeiro de 1818, ainda vigente, se excluem do território Francês todas as pessoas da ex-família Imperial; e com efeito esta lei se aplicou à mesma jovem Imperatriz quando vinha de Munique há três anos para se ir sentar no Trono do Brasil. Pelo que teve que atravessar a Prússia Renana e a Bélgica, e embarcar em Ostende; tudo pelo respeito para com a ordem legal.
Também se deve ter presente, que Mr. Caetano de Murat atendendo à indulgência da dissolvida Câmara dos Deputados, a qual não havia proibido por nenhuma lei penal que voltassem à França os membros do ramo maior dos Bourbons propôs, que os da família de Napoleão fossem admitidos à fruição do direito comum, e que cessasse de pesar sobre eles a pena de desterro se chegassem a pisar o solo da sua pátria. Esta proposta não chegou a declarar-se lei graças ao haverem-se fechado as sessões, apesar de que se tomou em consideração. A Imperatriz do Brasil se acha debaixo da lei de 12 de Janeiro, e um fiscal que seja inflexível pela ordem legal poderia pelo menos intimar-lhe, que voltasse a bordo da Fragata Volage, e saísse do porto.
(Diário de Rouen)
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